terça-feira, 23 de julho de 2013

REVISANDO-FEOCROMOCITOMAS.

Feocromocitoma

O feocromocitoma é um tumor que se origina nas células cromafins das adrenais e que causa uma secreção excessiva de catecolaminas, as quais são hormônios potentes que produzem hipertensão arterial e outros sintomas. Em aproximadamente 20% dos feocromocitomas, as células cromafins crescem fora de sua localização normal (nas adrenais). Apenas 5% dos feocromocitomas que crescem no interior das adrenais são cancerosos, mas 30% dos feocromocitomas localizados fora das mesmas o são. A incidência do feocromocitoma é de menos de 1 em cada 1.000 indivíduos. Ele pode ocorrer em homens ou mulheres de qualquer faixa etária, mas é mais comum entre os 30 e 60 anos. Normalmente, os feocromocitomas são muito pequenos. Raramente, esses tumores causam sintomas em decorrência da compressão ou da obstrução por eles causadas e, comumente, não são detectados ao exame físico. Entretanto, mesmo um feocromocitoma pequeno pode produzir uma quantidade substancial de catecolaminas potentes, as quais produzem muitos sintomas. As catecolaminas incluem hormônios como a adrenalina (epinefrina), a noradrenalina (norepinefrina), a dopamina e a dopa. Todas elas aumentam a pressão arterial. As catecolaminas também desencadeiam outros sintomas, os quais são normalmente associados a situações ameaçadoras que provocam crises de pânico. Alguns indivíduos com feocromocitoma apresentam uma condição hereditária rara, a neoplasia endócrina múltipla, a qual os predispõe ao desenvolvimento de tumores de várias glândulas endócrinas (p.ex., tireóide, paratireóides e adrenais). Os feocromocitomas também podem ocorrer em indivíduos com a doença de von Hippel-Lindau, na qual ocorre um crescimento anormal de vasos sangüíneos que formam tumores benignos (hemangiomas), e naqueles com neurofibromatose (doença de von Recklinghausen), na qual ocorre a formação de tumores carnosos sobre os nervos.
Sintomas
O sintoma mais proeminente de um feocromocitoma é a hipertensão arterial, a qual pode ser muito grave. Em aproximadamente 50% dos indivíduos, a hipertensão arterial é persistente. No restante, a hipertensão arterial e outros sintomas vêm e vão, algumas vezes sendo desencadeados pela pressão sobre o tumor, por uma massagem, por uma medicação (especialmente anestésicos e drogas beta-bloqueadoras), por um trauma emocional e, raramente, pelo simples ato da micção. Outros sintomas compreendem um ou mais dos seguintes: uma freqüência cardíaca elevada e batimentos cardíacos fortes, sudorese excessiva, tontura ao ficar em pé, respiração acelerada, rubor, pele fria e úmida, cefaléias (dores de cabeça) intensas, dores no peito e no estômago, náusea, vômito, formigamento nos dedos, constipação e uma estranha sensação de uma tragédia iminente. Quando esses sintomas manifestam-se de modo súbito e intenso, eles podem assemelhar-se a uma crise de pânico.
Diagnóstico
O médico pode não suspeitar da presença de um feocromocitoma porque 50% dos indivíduos somente apresentam uma hipertensão arterial persistente. No entanto, quando a hipertensão arterial ocorre em um indivíduo jovem, vem e vai ou acompanha outros sintomas do feocromocitoma, ele pode solicitar determinados exames laboratoriais. Por exemplo, a concentração de certas catecolaminas pode ser mensurada em amostras de urina. Exames como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM) podem ajudar a localizar o feocromocitoma. A cintilografia com radioisótopos (substâncias radioativas) também é útil. Neste exame, é injetada uma substância radioativa que se acumula no feocromocitoma e, em seguida, é realizada uma varredura para se observar a sua localização.
Tratamento
Geralmente, o melhor tratamento é a remoção do feocromocitoma. No entanto, a cirurgia é freqüentemente retardada até o médico conseguir manter a secreção de catecolaminas sob controle através do uso de medicamentos, pois a concentração elevada de catecolaminas pode ser perigosa durante a cirurgia. A fenoxibenzamina e o propranolol são comumente administrados concomitantemente e a metirosina ou outros medicamentos são freqüentemente necessários para controlar a pressão arterial. Quando o feocromocitoma já disseminou (produziu metástases), a quimioterapia com ciclofosfamida, vincristina e dacarbazina pode ajudar a retardar o crescimento do tumor. Freqüentemente, os efeitos perigosos da secreção excessiva de catecolaminas pelo tumor podem ser bloqueados pelo tratamento contínuo com fenoxibenzamina e propranolol.

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